Reinventar o discurso e o palco. O rap, entre saberes locais e saberes globais.

“Este é um dos primeiros livros publicados em português sobre a cultura hip-hop, e em particular o rap, no espaço de língua portuguesa, mais especificamente no Brasil, em Moçambique e em Portugal. (…) O rap e o hip-hop em geral, são a demonstração mais eloquente nos nossos dias, de que tais supostas ausências são campos fertilíssimos de criatividade de que a sociedade no seu conjunto, muito beneficiaria se os seus preconceitos a tal, não obstassem.

Os artistas do hip-hop são hoje, a vanguarda da denúncia dessa sociologia das ausências e, ao fazê-lo, dão testemunho da criatividade, da resistência e da inovação das práticas protagonizadas pelos excluídos, marginalizados e discriminados. A sua arma é a arte, um conceito elitista que okupam para desafiar o cânone e mostrar a sua extrema seletividade e os preconceitos raciais, sexuais e religiosos em que assenta.

Esta okupação tem uma potencialidade enorme para denunciar a existência da linha abissal que divide e separa a sociabilidade colonial da sociabilidade metropolitana (onde se constroem os valores supostamente universais da arte). Esta denúncia transforma-se num poderoso instrumento de resistência quando habitado por uma aspiração de verdade, de liberdade e de felicidade. Uma aspiração que pedagogicamente e politicamente procura aliados no outro lado da linha para potenciar a luta por uma sociedade mais justa.”

(Boaventura de Sousa Santos in SITOE & GUERRA (2019). Reinventar o discurso e o palco. O rap, entre saberes locais e saberes globais.

Leia o livro aqui:

https://www.kismifconference.com/…/livro-reinventar-o…/

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