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Reinventar o discurso e o palco. O rap, entre saberes locais e saberes globais.

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“Este é um dos primeiros livros publicados em português sobre a cultura hip-hop, e em particular o rap, no espaço de língua portuguesa, mais especificamente no Brasil, em Moçambique e em Portugal. (…) O rap e o hip-hop em geral, são a demonstração mais eloquente nos nossos dias, de que tais supostas ausências são campos fertilíssimos de criatividade de que a sociedade no seu conjunto, muito beneficiaria se os seus preconceitos a tal, não obstassem.

Os artistas do hip-hop são hoje, a vanguarda da denúncia dessa sociologia das ausências e, ao fazê-lo, dão testemunho da criatividade, da resistência e da inovação das práticas protagonizadas pelos excluídos, marginalizados e discriminados. A sua arma é a arte, um conceito elitista que okupam para desafiar o cânone e mostrar a sua extrema seletividade e os preconceitos raciais, sexuais e religiosos em que assenta.

Esta okupação tem uma potencialidade enorme para denunciar a existência da linha abissal que divide e separa a sociabilidade colonial da sociabilidade metropolitana (onde se constroem os valores supostamente universais da arte). Esta denúncia transforma-se num poderoso instrumento de resistência quando habitado por uma aspiração de verdade, de liberdade e de felicidade. Uma aspiração que pedagogicamente e politicamente procura aliados no outro lado da linha para potenciar a luta por uma sociedade mais justa.”

(Boaventura de Sousa Santos in SITOE & GUERRA (2019). Reinventar o discurso e o palco. O rap, entre saberes locais e saberes globais.

Leia o livro aqui:

https://www.kismifconference.com/…/livro-reinventar-o…/

GT44: Juventude, utopia e as artes da cidadania

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Coordenação: Ricardo Campos (CICSNova, Nova FCSH); Alix Sarrouy (CICSNova, Nova FCSH); Alexandre Barbosa Pereira (Universidade Federal de São Paulo); Glória Diógenes (Universidade Federal do Ceará-UFC ); Tirso Sitoe (Bloco 4 Foundation)

Com este GT procuramos reflectir sobre o papel desempenhado pela juventude enquanto motor de reflexão crítica e transformação social, num período de crise e incerteza. Perante um ce-nário histórico que se apresenta cada vez mais incerto e frágil, marcado por um acentuar da crise climática e da destruição dos ecossistemas, pela ascensão do populismo e do nacionalismo, pelo acentuar das desigualdades sociais e pela fragilização do Estado social, procuramos entender de que forma a juventude pensa o futuro e age numa perspectiva glocal, no sentido da construção da mudança. Idealizar, experimentar ou lutar por utopias é, por isso, um elemento central dessa busca por novos horizontes. A criatividade, as artes e a cultura têm desempenha-do, historicamente, um papel central neste âmbito. Criatividade na formulação de novos projectos e ideais de vida, mas também na forma como os mesmos são defendidos, implementados e narrados, com recurso à música, ao cinema, à performance, à literatura, etc.

A produção cultural e artística é um elemento chave para a construção das identidades juvenis, como tem sido detalhado pela literatura especializada. Esta desempenha um papel articulador relevante na construção de laços identitários e comunitários, convidando a construir novas visões do mundo e da realidade que, tantas vezes, colidem com o mundo adulto da normatividade hegemónica.

Os jovens estão, por isso, na vanguarda de correntes contraculturais, na linha da frente da inova-ção e da fabricação de utopias que ocorrem à margem dos canais institucionais. No nosso entender, a artes da cidadania são territórios de expressão estética e política (arte urbana, rap, fanzines, activismo digital, culture jamming, funk, poetry slam, etc.), compostos por agentes, gramáticas expressivas e canais de comunicação, através dos quais os jovens engendram colectivamente um sentido para o mundo. Neste GT aceitamos propostas de diferentes áreas disciplinares que tenham por base pesquisas empíricas ou reflexões teóricas que tratem os temas mencionados.

Leia mais aqui:

http://ailpcsh.org/conlab2020/

Para além do distanciamento social: O Estado, a sociedade e a definição de sentidos acerca do COVID-19

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Resumo:

O presente trabalho de pesquisa, visa obter dados relativos ao acesso à informação no contexto do distanciamento social por conta do COVID-19 em Moçambique. Ao fazermos este exercício, pretendemos pensar na forma como a intervenção do Estado está sendo modificada a uma nova dinâmica social e como os diferentes segmentos da sociedade enfrentam as tensões e discutem a definição de sentidos acerca do COVID-19, em fóruns onde se ouvem todas as vozes públicas.

Dentro desse contexto, solicitamos vossa colaboração, no preenchimento e partilha do inquérito online junto de vossas redes de trabalho clicando no link abaixo:

https://docs.google.com/…/1FAIpQLSdhsPKSTEqhsQ…/viewform

Repensando os movimentos sociais

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Edgar Barroso, pesquisador da BLOCO 4 FOUNDATION, no dia 30 de Maio brindou-nos com uma apresentação de seu documento de pesquisa em que propõe-se explorar as dinâmicas de movimentos sociais em Moçambique, recorrendo-se a narrativas musicais do RAP de protesto.

Nesta conversa, Barroso centrou-se especialmente no álbum “O Enteado da pátria” fazendo referência a alguns extratos musicais contidos em algumas musicas do rapper moçambicano OLHO VIVO, ex-integrante de um dos grupos mais influentes de RAP de intervenção social em Maputo, BANDA PODRE, como ponto de entrada, para problematizar a denúncia de uma realidade percebida como opressora, tipicamente feita por outsiders de um dado contexto socio-político em Moçambique, mas também e essencialmente de engajamento e de desafio ao status quo.

O evento teve a participação de Eduardo Lichuge, o rapper e ativista André Cardoso e Tirso Sitoe, Diretor executivo e pesquisador da BLOCO 4 FOUNDATION e decorreu na sala de palestras da Escola de Comunicação e Artes da Universidade Eduardo Mondlane, Maputo-Mozambique. 

Artistas discutem Street Art em Maputo

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A Bloco 4 Foundation (B4F) e o Departamento de Sociologia da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) realizam a 21 de Setembro em Maputo uma conversa pública sob o tema: Maputo Street Art: A juventude, o imaginário urbano e social.

O evento teve lugar na Universidade Eduardo Mondlane e tinha o propósito de ser um espaço de reflexão em torno das diversas intervenções artísticas protagonizados no espaço urbano por movimentos juvenis de arte da rua. 

Para o efeito, foram lançados olhares em torno das intersecções entre diferentes manifestações da arte no espaço público e como é que os artistas emergentes reinventam-se em contextos de austeridade em ateliers periféricos ou urbanos de Maputo. Foi ainda discutida a modalidade de skate como estilo de vida em uma perspectiva geracional.

Cultura Popular, Activismo e Mudanças Sociais em Moçambique

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Entre os dias 13 e 17 de Junho do corrente ano Tirso Sitoe, Diretor executivo e pesquisador da BLOCO 4 FOUNDATION esteve reunido na Universidade de Virgínia, Estados Unidos de América, na conferência e reunião anual do Intitute of the Humanities & global cultures and Consortium of Humanities of centeres and Insititutes denominada “humanidades informáticas”.

Neste contexto, Sitoe fez a apresentação do programa de pesquisa “Culturas Populares, Activismo e Mudanças Sociais em Moçambique”, inserido na iniciativa africana “Mapa Africano de Humanidades” financiado pelo MELLON (ANDREW W) FOUNDATION.

Este projeto é em parte, um ponto de partida de uma iniciativa maior que dentre vários pontos, busca refletir sobre como o conhecimento convencional se pode traduzir/se traduz em uma dimensão artística e como é que a arte é utilizada como reflexão científica, mas também para a busca de direitos sociais fundamentais para a vida do ser humano.

«Antropologia da jocosidade»: aspectos sociológicos do riso, do humor e da brincadeira

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Nelson Mugabe, pesquisador da BLOCO 4 FOUNDATION e doutorando em Ciências Sociais na Universidade do Estado do Rio de Janeiro no Brasil falou no dia 30 de maio, no Centro de Estudos Africanos da Universidade Eduardo Mondlane, sobre um tema pouco explorado no campo académico moçambicano: «o riso, o humor e a brincadeira».

Na qualidade de orador, apresentou uma revisão da literatura sobre estes três conceitos discutidos nas ciências sociais, olhando de forma particular, para o seu uso e práticas ou discursos do universo LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais), que tem sido desde 2012 seu objeto de estudo em Moçambique.

A sua apresentação teve como comentador, chefe do Departamento de Sociologia da Faculdade de Letras e Ciências Sociais da Universidade Eduardo Mondlane, que tem feitos trabalho sobre o universo LGBT.